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Entrevista | Governar não é se isolar, nem dinamitar pontes, diz Carlos Chiodini sobre Carlos Moisés

Por: Marcos Schettini
03/06/2020 16:32
Divulgação

Deputado federal e membro respeitado dentro do MDB Nacional, Carlos Chiodini está no primeiro mandato na Câmara dos Deputados e tem liderado importantes debates em prol da desburocratização e retomada do crescimento econômico do Brasil.

Parlamentar com voz respeitada em Santa Catarina, Chiodini concedeu entrevista exclusiva ao jornalista Marcos Schettini e comentou sobre o atual cenário político catarinense, afirmando que a gestão de Carlos Moisés tenta se reinventar sob uma avalanche de denúncias. Ainda, em referência ao discurso do então candidato a governador, em Chapecó, quando afirmou “atear fogo na ponta depois de atravessá-la”, o ulyssista lembra que “governar não é se isolar, nem dinamitar pontes, mas sim, construir estradas, coisa que o Governo Moisés nunca fez”.

O congressista ainda falou sobre o Governo Bolsonaro, do papel fundamental do Legislativo neste momento de pandemia e explicou sobre seu Projeto de Lei aprovado na Câmara, que busca diminuir os trâmites burocráticos para a fabricação de ventiladores pulmonares. Confira:


Marcos Schettini: Como ex-secretário de Desenvolvimento Econômico, como o Sr. vê o atual momento de SC?

Carlos Chiodini: Quando estivemos à frente da Secretaria do Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDE), enfrentamos uma forte crise em 2015, o que nos obrigou a reinventar a atuação perante o cenário. Fortalecemos as micro e pequenas empresas (MPEs), que correspondem a quase 90% das empresas catarinenses e geram aproximadamente 56% dos empregos no Estado; atuamos na busca de novos empreendimentos para fortalecer cadeia produtiva catarinense; criamos o maior programa de energia do país, o SC+Energia, que representou a injeção de milhões de reais em nossa economia, gerando emprego, renda e energia renovável. Além disso, inauguramos Centros de Inovação, uma nova economia que alavanca o PIB catarinense e acredito que agora não deva ser diferente. Vejo, mesmo diante de uma pandemia, como um momento crucial para nos unirmos em prol do desenvolvimento econômico, alavancando a Saúde, principalmente. Temos profissionais qualificados e um excelente ambiente e negócios, pautado pela tecnologia e inovação, com o espírito empreendedor característico dos catarinenses. Precisamos aprender a progredir diante de crises como esta, que não é apenas em Santa Catarina, e sim no mundo todo. Um dos caminhos é incentivarmos nossa produção, nossas indústrias.


Schettini: O MDB decidiu não entrar no governo Carlos Moisés. Como olha o quadro?

Carlos Chiodini: Quem ganha as eleições governa, quem não ganhou observa fazendo uma oposição responsável, votando nos interesses de Santa Catarina, independente do governo. O MDB é um partido que tem o DNA do catarinense, um legado de conquistas para Santa Catarina. Não entrar no Governo, não significa que iremos trabalhar contra ele. Sou catarinense e quero o melhor para o nosso Estado.


Schettini: A CPI avança e os ânimos são para cassar a chapa. Qual a visão do MDB?

Carlos Chiodini: O partido decidiu, em reunião da executiva com as bancadas federal e estadual, não apoiar o governo. Acho que o governador Carlos Moisés está tentando se reinventar e sobreviver a uma avalanche de denúncias em meio a uma pandemia. É importante ressaltar que todas essas denúncias precisam ser apuradas e os responsáveis julgados e punidos, sem clamor político, obedecendo a lei. Governar não é se isolar, nem dinamitar pontes, mas sim, construir estradas, coisa que o Governo Moisés nunca fez.


Schettini: O Sr. teve um projeto aprovado na Câmara que dá liberdade para construção de respiradores. O que isso significa?

Carlos Chiodini: Um passo importante e necessário para o Brasil diante desta pandemia do coronavírus. Os respiradores pulmonares podem salvar muitas vidas no combate à Covid-19. Podemos gerar empregos com a produção e comercialização, diminuindo a burocracia. Este é, inclusive, um dos gargalos da crise no país. Temos equipamentos vindo com defeitos da China e outros nem chegam aqui. É hora de olharmos para o que temos de valioso no Brasil. Com essa flexibilização, conseguiremos avançar e colher bons frutos para o Estado e para todo o restante do país. Tem muitas pessoas morrendo por falta desse ventilador pulmonar, a situação é grave nas UTIs dos hospitais e, sim, podemos mudar esse triste cenário, unindo forças e sancionando o Projeto de Lei que vai facilitar a fabricação local. O PL agora vai para apreciação do Senado Federal e terá apoio de toda bancada catarinense, além de senadores de outros partidos que já sinalizaram pela aprovação da matéria.


Schettini: A burocracia mata as empresas há décadas. Não é o momento de rasgar este atraso?

Carlos Chiodini: A burocracia matou mais de 200 pessoas no caso da boate Kiss, em Santa Maria, em 2013. A casa noturna estava esperando para ser fiscalizada em um bolo de processos que iam desde um escritório de advocacia até uma grande empresa. Por isso, quando fui secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável, implementamos o SC Bem Mais Simples, que hoje proporciona abertura de empresas de pequeno porte e baixo impacto ambiental em menos de uma hora, tratando abertura de comércios e empresas de forma diferente. Outra ação contra a burocracia foi a reestruturação da Junta Comercial, hoje 100% digital. Tudo isso foi feito lado a lado com as entidades de classe, transformando Santa Catarina em referência nacional. Na Câmara Federal, após esta pandemia, iremos trabalhar para aprovar o projeto da Reforma Tributária do nosso líder, deputado Baleia Rossi (MDB-SP).

Schettini: Qual sua opinião sobre o Governo Federal depois da revelação do vídeo ministerial?

Carlos Chiodini: É fato que o país, além de enfrentar uma crise sanitária por conta do contágio avançado do coronavírus, vive uma crise política. Uma briga de egos, ódio, de torcida, onde ninguém ganha. O Brasil dividido, em um momento que deveria ser de união, não agrega em nada. São milhares de mortos, pessoas doentes sem o tratamento necessário, além de milhares de desempregados e de empresas quebrando. Precisamos trabalhar olhando para frente. O Congresso nunca foi tão reformista, estamos aprovando projetos diariamente que irão beneficiar os brasileiros, com pautas voltadas para a Saúde e para a Economia. Estes devem ser nossos focos neste momento.


Schettini: O Brasil vive incertezas em tudo. Por quê?

Carlos Chiodini: Nosso país é imenso! Precisamos fazer reformas, mudanças, avanços, novos olhares e novas atitudes. Acredito que, após essa crise densa por conta da pandemia, teremos novos horizontes e líderes. Não há como continuarmos na mesma caminhada. Somos forçados a buscar outros caminhos para voltarmos a crescer. O futuro precisa de mudanças assertivas, concretas. É nesse caminho que pretendo seguir e pelo qual tenho trabalhado incansavelmente.


Schettini: Por que as eleições municipais vão acontecer em 2020 se o país não resolveu nem mesmo a pandemia?

Carlos Chiodini: Essa decisão precisa ser tomada com base em números da pandemia. Precisamos ver como a doença irá se comportar nos próximos 30 dias e o Congresso avaliar a situação. E assim, ter uma determinação sensata defendendo a democracia. Neste momento, nosso trabalho está focado no combate à Covid-19 e na retomada do crescimento do país.


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